Neste
final de semana, o Conectivo Corpomancia, grupo vindo do sul matogrossense,
chega a Belém para mostrar, no Teatro Cláudio Barradas, os espetáculos
“Inocência”e “Escalenas”, frutos de um trabalho que desenvolve há sete anos
realizando pesquisa, produção e criação em dança.
As
apresentações são acompanhadas de bate papo e exibição de videodanças, com
entrada franca, nos dia 6 e 7 de março. Contemplado pelo Prêmio Funarte de
Dança Klauss Vianna, o projeto “Corpomancia em Circulação” traz ainda uma
oficina de dança, que será realizada pela manhã, no dia 6.
Para
colaborar com a formação de público e inovar na produção artística, o Conectivo
Corpomancia vai realizar depois de cada apresentação um debate com os
integrantes, acompanhado de uma oficina de dança subdividida em três etapas:
Conferência, Experimentação em dança e Mostra de videodanças.
Nesta conexão
mais intimista, serão apresentados durante a Conferência os processos já
desenvolvidos pelo grupo; na fase de Experimentação em dança os interessados
terão contato com estímulos utilizados nas criações dos espetáculos e num
terceiro momento, será exibida parte das Videodanças produzidas pelos
participantes do Estado.
O
Corpomancia é um dos grandes representantes da Dança Contemporânea do Mato
Grosso do Sul. Desde o início de suas atividades, o coletivo cria a partir da
reflexão de conceitos que desestabilizam o hábito de produção de dança da
região valendo-se da mediação das tecnologias para produzir, e divulgar seus
trabalhos.
Formado
por artistas de diferentes atuações profissionais, o grupo impulsiona um
trabalho que reúne novas linguagens artísticas, desafiando, sobretudo,
conceitos tradicionais. Num sistema colaborativo de trabalho o coletivo integra
artistas da dança com formações e atuações diversas, mas que têm em comum o
objetivo de pesquisar, produzir e criar dança contemporânea e sua relação outros
meios de expressão, comunicação ou linguagem: jogo, espetáculo, performance,
videodança, videoinstalação e mídias digitais.
“O Projeto
de circulação, apresentado ao Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2013,
partiu da necessidade de mostrar os seus trabalhos para demais localidades,
circular, repercutir e fortalecer sua atuação não só em seu estado sede, mas
também em outros Estados do Brasil, com ações que mostram o resultado de alguns
trabalhos e também abrem espaço para o debate e a troca de experiências”,
explica Roberta Siqueira, uma das intérpretes criadoras do grupo.
Na
estrada, neste mês de fevereiro, o grupo iniciou sua jornada na Região Norte,
pelas cidades de Porto Nacional e Palmas (TO) e depois de Belém segue para Rio
Branco (AC), com objetivo de repercutir o seu processo criativo, fortalecendo o
debate e a troca de experiências.
Os espetáculos
Inocência
é um espetáculo de dança contemporânea que tem como ponto de partida a obra
homônima do escritor Visconde de Taunay, publicada no século XIX e considerada
hoje o romance símbolo de Mato Grosso do Sul. As intérpretes Paula Bueno,
Renata Leoni e Silvia Razuk provocam o público para o seguinte questionamento:
Se Taunay projetasse hoje seu olhar para este mesmo território, que mulher ele
veria?
Três
intérpretes-criadoras em diferentes fases da vida buscam atualizar os temas
propostos no romance a partir de suas próprias questões, entrelaçando física,
biologia, filosofia, intimidade e kung fu. Sempre ao som de uma única música
que se repete em versões absolutamente distintas, sugerindo que a insistência
em um tema já composto pode trazer novos caminhos para o tempo presente.
“Escalena” aborda os escombros do espetáculo
“Maria, Madalena”, que se ergue a partir da feminina consciência. Flui, dançando
no silêncio. Circunda o cotidiano, movendo-se para a exaustão do gênero. Para
reposicionar-se e estudar o outro. Escrutinar a rigidez de algumas escolhas.
Tríptico,
3 lados, 3 bailarinas/ intérpretes, 3 mulheres. E mais: mulheres aos borbotões,
se encontrando, se perdendo, se relacionando. Em cena, Franciella Cavalhieri,
Laura de Almeida e Roberta Siqueira, desenvolvem no espaço inter-relações. Seus
corpos se enlaçam e se amarram, desenhando nós. Laura, Franciella, Roberta e a
diretora Renata exploram as sensações de pertencimento, costurando através de
linhas invisíveis a tessitura de formas simples. Escalenas, elas sustentam uma
base equilibrada para sua própria metamorfose.
Circulação na região norte
A escolha
das cidades de Belém (PA), Rio Branco (AC), Palmas e Porto Nacional (TO)
para esta circulação foi feita em razão de considerar que são localidades onde
há uma variada movimentação na área da dança, não estando presas a uma
estética/técnica específica; que estão abertas e por isso interessadas em relações
de parcerias por se assemelharem a Região Centro-Oeste no quesito investimento
em cultura do Brasil.
A inclusão
de outras ações: debates após cada apresentação e oficina de dança,
composta por momentos de relatos de experiência sobre o Conectivo, experimentação
em dança e mostra de videodanças, além das apresentações dos espetáculos de
dança, foram pensadas a fim de colaborar no processo de formação de público e
na produção artística em dança contemporânea.
Na
oficina, o grupo trabalha olhares, corpos, expectativas e suas as maneiras que
os participante têm para responder aos estímulos. Consciência corporal a partir
de diferentes qualidades de toques no próprio corpo, sequência coreográfica,
exploração de movimento, repertório de danças circulares, criação, videodanças
e conversa são os conteúdos explorados nas três horas de oficina que o grupo
oferece em cada parada.
A produção
geral da circulação é da Arado Cultural, com Roberta Siqueira, Ana Maria Rosa e
Maíra Espíndola. A a produção e assessoria de imprensa local é da Três Cultura
Produção Comunicação, com Tainah Fagundes e Luciana Medeiros. No áudio está
Adriel Santos e na iluminação, Camila Jordão. Em cena, estão as intérpretes
criadoras Franciella Cavalheri, Laura de Almeida, Paula Bueno, Renata Leoni,
Roberta Siqueira e Silvia Razuk. Acompanhe a circulação pelo blog:
http://corpomancia.blogspot.com.br.
Serviço
Conectivo
Corpomancia em Belém. Apresentação dos espetáculos: Inocência, no dia 6 de
março, em duas sessões às 18h e 20h. E “Escalenas”, no dia 7 de março, às 20h.
No Teatro Universitário Cláudio Barradas - Rua Jerônimo Pimentel, 546, próximo a D. Romualdo de Seixas. Fone: (91)
3249-0373. Para inscrições das oficinas: corpomanciabelem@gmail.com.br.
A oficina de dança será no dia 7 de março, a partir das 10h, na Escola
de Teatro e Dança da UFPA.
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Luciana Medeiros
Comunicação e CulturaDRT-PA 1170
Comunicação e CulturaDRT-PA 1170
Blog de jornalismo cultural
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POSTADO POR: CAMILA GÓES - Bolsista da secretaria do TUCB
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