TicTacTicTac... “O
tempo” nada mais é senão como uma eternidade imóvel e morta diante da
degradação humana que se coloca desprezível na medida em que esse tempo passa em
carcaçasfísicas (resto de uma humanidade que perdeu o seu rumo e agora se vê
incapaz de compreender a própria existência., onde a alma de cada personagem
carrega a existência decrépita a partir da vida social desgastada através do
choque do homem consigo mesmo, percebendo em seu íntimo a perplexidade desse
encontro... O grupo de teatro palha faz um mergulho minucioso em três obras do
teatro do absurdo: Esperando Godot (Samuel Beckett, Fando e Lis (Fernando
Arrabal) e As cadeiras (Eugène Ionesco). O silêncio Anuncia a falta de
comunicação, a não coerência, ao apelo da desordem mental e do desequilíbrio
emocional ocasionado pelo período pós guerra (1946/53).
A proposta do grupo é aproximar ao público questões existenciais que sempre são
revisitadas quando o caos mental estabelece uma conexão.
Na
peça “As cadeiras” um casal de idosos tenta encurtar os momentos solitários e
aborrecidos da velhice que insistem em manter-se. Apesar de estarem juntos
sentem-se sós.
A
montagem Trás para os palcos A solidão, a intolerância, a violência, a
frustração. Fando e Lis fala do sadismo e da codependência (dependência
emocional). O ser humano mostrado em total desequilíbrio, forjando sua
existência para se salvar de si mesmo
Todos
os dias, num local inóspito à beira de uma estrada deserta, que não é possível
descrever porque não se parece com coisa nenhuma – dois homens, Vladimir e
Estragon, esperam Godot. Mas nada acontece, ninguém chega, ninguém parte. E
Godot – o único protagonista-ausente da história, que não saberemos quem é ou o
que significa, nunca virá. O mesmo silêncio.
A mesma incerteza, o mesmo lugar! A vida se repetindo nas
três histórias. E mais uma vez o tempo dispara o vazio da existência dos dias
de ontem, de hoje e do amanhã. Mais uma vez o som imaginário das horas que não
seção... tictactictac...

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